segunda-feira, 27 de outubro de 2008

BEIRA-RIO, BEIRA-MAR

A diferença entre o certo e o errado
Eu sei de mim
Não posso lhe dizer
Que o cidadão que cospe na calçada
Merece vaia ou não merece nada
Se a solitária senhora da cadela
Que paga imposto conforme o ritual
Compra o direito de transformar a praia
Ou mesmo a praça na privada do animal

Eu sei que eu não devo fazer o que dá na telha
Senão eu corro o risco de arranjar uma goteira
À beira-rio, à beira-mar, eu colho o que eu plantar
À beira-rio, à beira-mar, eu colho o que eu plantar

Se alguém pudesse afirmar com precisão
Que o favelado é pior do que o burguês
Com suas contas numeradas na Suiça
Enquanto aquele tem seu pasto de feijão...
Então não sei o porquê de tanto orgulho
Da sua cor ou da sua posição
Se no final a história é sempre a mesma
Não precisamos de gavetas no caixão.


autoria: R.Santhana

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