sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O CAOS

THEROS

O caos já começou

E aqui assistimos a televisão

Preparar-se-ão os gradis

Que por um triz

Não nos livram da perseguição

Dos aflitos que tomarão as ruas

Caminhando pela contra-mão

Sob a luz da lua, sob a luz do sol

Eles já frequentam o nosso quintal.

Não dá mais prá negar

Que um desastre está prá acontecer

Uma legião vai surgir

Desses meninos

Nas ruas do país

Os aflitos que tomarão as ruas

Caminhando pela contra-mão

Sob a luz da lua, sob a luz do sol

Eles já frequentam o nosso quintal

Dos meninos na rua

Sem pai e sem mãe

Aos meninos de rua

Senhores de si

Dos meninos na rua

Sem educação

Aos meninos de rua

Sem nada a perder


autoria: R.Santhana

COBRA CORAL

THEROS

Seus olhos de Medusa

Que me transformam em pedra

Assim como os olhos da cobra coral,

Sedução.

O brilho da íris da Hidra de sal

Carnaval

A cor da pupila à luz da papoula

Sensual

Montado no meu cavalo

Que voa por cima do mundo

Só prá te buscar

Num sonho doido que me leva

Aos portões da loucura com você

Eh! Eh! Eh! Meu amor

Cobra coral


autoria: R.Santhana

NOTICÍDIO MODERNO

THEROS

Guerras

No Médio Oriente

Dentes

Da História

Mordem ferozmente

Bombas ( tararará)

Bombas ( tararará)

Bombas ( tararará)

Terror...

Invade o Velho Mundo

Fundo

A lâmina cravou

O sinal da revelação

Medo ( tararará)

Medo ( tararará)

Medo ( tararará)

Disputas

Esgotam o planeta

Fome

De pão e de paz

Vida travestida

Morte ( tararará)

Morte ( tararará)

Morte ( tararará)


autor: R.Santhana

terça-feira, 26 de agosto de 2008

HERANÇA

THEROS

Num tempo de paz tudo era verde

Tupã zelava por seus viventes

O sol brilhava sobre as vertentes

E o mar, o mar ainda era azul.

E as criaturas aladas eram cativas do ar.

E o tempo passou e a paz também

Tupã somente dizia amém

Fumaça, a fumaça apagava o sol

Do azul do mar ficaram cinzas na memória do lugar

E as criaturas aladas já não podiam voar ...



E os dentes das serras, armas de guerra

Consomem tudo e deixam nua toda a terra

E garras vorazes rasgam-lhe o ventre

Tirando seu fruto sua semente.

Tudo isso pelo ouro

Tudo isso pelo ouro



E o mar, o mar vai se acabar

E o ar, o ar prá respirar

E o ouro, o ouro vai acabar

E o sol, o sol vai se apagar


autoria: R.Santhana

SACIAR A FOME

Todas as vezes
que eu levo o lixo para fora
O ato me faz refletir
Que aquilo ali
Que é lixo para mim
Pode ter utilidade para alguém
Pode vir a ser o alimento de alguém

Tento imaginar
O que pode ser pior:
Morrer de fome
Ou por se tentar matá-la.
O lixo tem utilidade para alguém, sim
Mas não pode ser o alimento de ninguém,
E o que nos resta então ...

Cantar e saciar a fome
Alimentando a alma.

Cidadania,
Liberdade.
Cidadania,
Responsabilidade.


autoria: R.Santhana

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

LUA NUA

Um dia perto do mar
Você me apareceu, linda.
Brilhou ofuscando outras estrelas
Ao redor, linda flor.
Menina, mulher
O tempo conspirou contra mim.
E eu sonhei com você entre as montanhas,
Menina
Enquanto me afastava do seu mar.
E eu sonhei com você entre as montanhas,
De Minas
Enquanto me afastava do seu mar.

De dia o sol me ilumina,
Mas quem brilha é você.
E a noite me leva até você
Quando a lua nua vem dormir comigo.
E eu sonhei com você entre as montanhas
De Minas
Enquanto me afastava do seu mar.
E eu sonhei com você entre as montanhas
Menina
Enquanto me afastava do seu mar.

autoria: R.Santhana

SONHO NEGRO

THEROS

O negro chegou aqui

Nestas praias tupiniquins

Nos porões de velhas naves

Cruzando os mares, chegou aqui.



O continente negro ficou prá trás

O continente.

A mulher amada,filhos e pais



Escravo guerreiro trabalhou

Guerreiro escravo

Enriqueceu o seu senhor.



A noite, sonho negro

O negro é livre

Para sonhar.



Foge negro

Que o capitão-do-mato está

Atrás de negro

Que o capitão-do-mato está.

Foge negro.


autoria: R.Santhana

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O MAL DO FIM DO SÉCULO

THEROS

Meu amor,

Não me deixe só, aqui nessa cidade

Concreto ao meu redor.

As luzes de neon

Ofuscaram as estrelas que brilham sobre nós

Com certeza, com certeza.

Os motores e seus cavalos de força

Usurpam nosso espaço.

E os sonhos das pessoas se dissolvendo

Em nuvens de poeira.

Meu amor,

Precisamos um do outro

Prá que a vida valha a pena

Prá que o nosso sonho não desapareça.

Seu silêncio me tortura,

Seu hálito faz falta, meu amor, meu amor...

Quando ando pelo passeio público

E vejo as pessoas tão infelizes,

A angústia que elas carregam eu compreendo,

Veneno em suas vidas.

Meu amor,

O mal do fim do século

Que grassa pelas ruas da cidade

É solidão.


autoria: R.Santhana

QUINTAL

THEROS

Lá onde o céu e as montanhas se encontram,

Onde o sol vem mostrar seu clarão.

Lá rouxinóis, girassóis e lençóis de linho,

Rocas, fios de algodão.

Entre sempre-vivas o meu coração,

E que sempre viva o teu coração.



Lá onde a lua clareia os caminhos

Que nos levam ao nosso quintal.

Lá bem-te-vis, colibrís, bem feliz meu olho

Bebe fatias de luz.

Entre sempre-vivas o meu coração,

E que sempre viva o teu coração.


autoria: R.Santhana

terça-feira, 19 de agosto de 2008

PLATÔNICO

Ontem sonhei com você!
Sempre sonhei com você,
Um sonho escandaloso.
Um sonho escandaloso!
E me perdi nos seus olhos,
Com a menina dos olhos.
E nos amamos com calma
Nas profundezas da alma.

autoria: R.Santhana

OS GÊMEOS DO ESPELHO

Aqueles gêmeos que só se viam no espelho
Abandonavam-se no lago de vidro e prata.
Voar, a voar os dois
Num mundo criado depois.

Só os dois habitavam aquele mundo
Só os dois habitavam aquele mundo
E se amavam sem constrangimento,
Sem culpa e sem arrependimento.

Todo prazer de que os dois desfrutavam
Parecia vir daquele mundo imaculado.
Voar, a voar os dois
Como se fossem um só.

Só os dois habitavam aquele mundo
Só os dois habitavam aquele mundo.
E se amavam sem constrangimento,
Sem culpa e sem arrependimento.

Todas as vezes que os gêmeos se encontravam
Era inevitável mergulhar naquele mundo.
Voar, a voar os dois
corpos que flutuam nus.

Só os dois habitavam aquele mundo,
Só os dois habitavam aquele mundo.
E se amavam sem constrangimento,
Sem culpa e sem arrependimento.

autoria: R.Santhana

sábado, 16 de agosto de 2008

IPÊS EM MARAVILHA




JADE



HÁ 11 ANOS ELA É UMA DAS MULHERES DA MINHA VIDA...

FLOR DE MARAVILHA



EU IA PASSANDO, FLOR DE MARAVILHA
LÁ NO BEBEDOR, FLOR DE MARAVILHA
MEU CHAPÉU CAIU, FLOR DE MARAVILHA
MEU AMOR APANHOU, FLOR DE MARAVILHA

FLOR, MINHA FLOR, FLOR VEM CÁ
FLOR, MINHA FLOR, FLOR VEM CÁ
O ANEL QUE TU ME DESTE, FLOR VEM CÁ
ERA VIDRO E SE QUEBROU, FLOR VEM CÁ
O AMOR QUE TU ME TINHA, FLOR VEM CÁ
ERA POUCO E SE ACABOU, LAIA, LAIA, LAIA


autoria: autor desconhecido - domínio público

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

CANTO LUNAR

THEROS

Lua nova, super nova

Lua nova, super nova



A lua ilumina a rua

Onde mora a solidão

No silêncio das estrelas

Sementes de luz

Incendeiam nossa alma



Luz acesa na varanda

Luz acesa na varanda



Lampeão na noite escura

Rebuliço no jardim

O perfume do jasmim

Embriagará

Nossa mente

Nossa carne


autoria: R.Santhana

THEROS

THEROS


Nós viveremos só

Uma vida juntos, juntos

Nós plantaremos só

As sementes boas de dar, boas de dar

Seu nome de fera grega.



Sim, seu sorriso só

Ilumina o mundo ao redor, a vida ao redor

Sim, seu futuro só

Estará esperando você, esperando você

Seu jeito de fera grega.



Nós plantaremos só

As sementes boas de dar, boas de dar

Mas da colheita só

Só você irá desfrutar, irá desfrutar

Da vida de fera grega.

autoria: R.Santhana

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

EGOSUM

'Tão dizendo por aí que esse mundo tá virado
Que se nega a natureza e o que foi determinado
Só que a natureza é sábia e se ela faz algo errado
Quer dizer nada é perfeito e isso é fato consumado

Cante muito e não se espante que cantar não é pecado
Cante mais e fale menos que senão 'cê tá danado

Se meu cabelo te choca, sinto não é culpa minha

Se não cabe a inteligência nessa sua cabecinha

Vi que a sábia natureza fez mais uma estrepolia

Criou outro ser humano sofrendo de acefalia

Cante muito e não se espante isso você pode fazer

Cante mais que a sua língua um novo ofício vai ter

Pra você que não gostou é que a carapuça serviu
E se você vai "simbora" vá pra rima que pediu.


autoria: R. Santhana